sexta-feira, 31 de maio de 2013

Há dias...

Tão bem que se está hoje. Hoje, ninguém se pode queixar do mau tempo, da falta da Primavera prometida, da falta do cheiro a Verão que teima em não aparecer. Hoje, o dia está radioso, o sol brilha e apetece estar na rua, num banco de jardim só a ver gente passar. E, com a gente, a sua história. Aquele velho cabisbaixo de chapéu, que viu o tempo levar com ele o amor da sua vida. A teenager cujo passo é maior que a perna e os calções bem mais curtos. A mulher atarefada, cheia de sacos, de certeza que tem pressa. 
Hoje apetece estar na rua, num banco de jardim a pensar no futuro. Esse futuro bom que faz esquecer o que realmente tenho, o presente. Quando o presente não é tão bom quanto quero, tenho a mania de saltar para o futuro porque tudo "vai ficar melhor". Nah... Não fica. Aliás, até pode ficar, mas só fica se começar hoje a moldar o presente, a mexer-me por aquilo que quero que seja o futuro. 

Mas, há aqueles dias em que só apetece estar na rua, num banco de jardim.


quarta-feira, 29 de maio de 2013

O café da frente

Quem me conhece sabe que sou fã de café. Qualquer pretexto é bom para tomar um "cafézinho", desde o "ai, que dormi tão mal" até ao simples "apetece-me um café". Mas, melhor do que tomar um café é o "ir ao Café" em si. O ideal é ir acompanhada e bem. Sou pessoa de falar, de rir, de ouvir e sozinha não é tão fácil, se bem que sou pessoa de falar sozinha e rir de mim mesma sem problemas. 

Há uns tempos que, eu e o moço, porque passámos a ter algum tempo livre, costumamos ir ao Café em frente, depois do almoço. O café é bom e, sem darmos por isso, vamos lá praticamente todos os dias. É ver-nos apontar à porta e já a senhora começa a tirar dois cafés. A primeira vez que o fez sem se dirigir à nossa mesa para anotar o pedido, chegou à nossa beira ainda a medo, dizendo "é isto, não é?" ao qual respondemos "é isso mesmo, já adivinha e tudo." E quando o ambiente é acolhedor não é preciso muito para se adivinhar o pedido dos clientes. Não é que o Café seja pequeno mas, reconhecem-se muitas caras. É um Café habitual, onde os reformados se juntam, onde as colegas de trabalho vão na pausa do trabalho, onde o casal se encontra para um café a meio do dia, onde se discutem as últimas do Gasparzinho, onde se volta e quer voltar. E, é deste tipo de ambiente que se gosta quando no meio da cidade se sente casa, se sente um pouco do pequenino da aldeia.

Que se encontrem mais "cafés da frente" em todas as paragens, "cafés" onde as pessoas sem se conhecerem conhecem-se. 

terça-feira, 28 de maio de 2013

Bebé 59

Na China, um bebé recém-nascido foi resgatado com vida de um CANO DE ESGOTO... Isso mesmo, um cano de esgoto que, aparentemente, tinha apenas 10 cm de diâmetro.

A China... Aquela potência mundial onde, de um lado estão os grandes avanços tecnológicos, as grandes massas comerciais e, do outro, isto. Este lado desumano, selvagem, animal (que me perdoem os animais...).

Ao visualizar o video onde é retratado o processo de extracção do bebé do tubo, pus-me a pensar na situação em si. Uma mãe, ou melhor dizendo, uma mulher que transportou aquele Ser no ventre e que de mãe não tinha nada, grávida sabe-se lá em que circunstâncias, uma família pobre, uma jovem mulher, uma prostituta, uma... Não sei que vida teria aquela mulher. Sentindo que o pequeno Ser estaria pronto pra nascer, dirige-se a uma sanita e já cá fora, olha-o sabe-se lá como e, num acto de ??? (não sei mesmo como caracterizar) puxa o autoclismo e vê sucumbir um ser humano como se de merda se tratasse. Sim, merda! 
É assustador pensar nas pessoas assim... É assustador pensar que de evoluídos temos tão pouco.

Que esse bebé 59 faça pelo mundo o que as pessoas que o salvaram fizeram por ele. Que esse bebé 59 não seja apenas mais um número. Que esse bebé 59 faça da China um país melhor, um país evoluído.

domingo, 26 de maio de 2013

Mudança de chip

Após um fim-de-semana de motivação, de excesso de informação, de conversas boas com gente criativa e dinâmica, é altura de mudar o chip. Sim, há dias em que apetece bater em todos os optimistas, principalmente quando queremos "desfrutar" daqueles momentos de depressão em que podemos nos embrulhar no cobertor e comer umas bolachas durante tardes a fio, desculpando-nos com a tristeza e o "não tenho nada para fazer...", mas já chega. 

Esses momentos têm que ser cada vez menos ou nenhuns. 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Portugal no seu melhor

Eu nem sou daquelas que deita a baixo o seu país e muito menos das que cospe no prato que comeu. Mas, não vou negar que invejo um bocadinho a cultura de alguns países. O rigor, a pontualidade e a organização de determinados países do norte da Europa sempre me chamaram à atenção e, quando em Portugal, me dão cada vez mais provas de não ter nenhuma destas qualidades, a vontade de abanar as pessoas cresce e cresce e cresce...

Apresentação de um projecto marcada. Hora combinada. Outros planos alterados. Chega o dia. Encontro no local. Vamos a isso.
Pessoa que por alguma razão estava no local a representá-lo mas não tinha nada a ver com a organização - Ui? Não sei de nenhuma apresentação. Nós até temos aqui um outro evento a decorrer...

Muito bem. Obrigada e até uma próxima.

De quem é a culpa? Nunca saberemos. Aqui a culpa morre sempre solteira.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Ter os amigos por perto...

É bom. Ainda que fisicamente estejamos afastados, há ligações que aguentam todas as barreiras. E a maior delas todas, o tempo.


segunda-feira, 20 de maio de 2013

Da mudança... Ou da falta dela.

Já lá vão uns aninhos, poucos mas os suficientes para me ter habituado a esta liberdade. Malas feitas, nova cidade, novas pessoas, novas responsabilidades. Recordo-me como se de hoje se tratasse das noites e dias que antecederam essa mudança, aquele nervoso miudinho, os sonhos durante a noite e os mil um pensamentos que tinha, todos diferentes e, cada um mais elaborado que o outro, acerca do que seria a minha "nova vida". 
Hoje, estou cada vez mais perto de uma outra mudança. Esta, ainda mais difícil, mais incerta. Se por um lado o regresso a casa é-me tão apetecível  por outro é o deixar para trás um sítio que me foi tão querido, tão importante. 


(E que assim seja.)

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Coadopção por casais homossexuais - APROVADO!

No meio de tanta "coisa triste" que tem saído daquele Parlamento nos últimos tempos, é de enaltecer uma notícia destas. Finalmente, e depois de tanta batalha perdida, os casais homossexuais vêem, ao fundo do túnel,  uma pequena (grande) luz. É certo que ainda não é a adopção no seu pleno mas, a meu ver, já é um grande passo para um país como o nosso. Um grande passo quando se fala num tema tão controverso quanto este e que tanta tinta já fez correr. Não sou homossexual mas, como pessoa, consigo imaginar uma pequena parte do sofrimento de um casal, que por não ser socialmente aceite, sofre na pele a impossibilidade de concretizar o sonho de amar uma criança a quem possa chamar "filho". Bem sei que aqui não se fala apenas nas condições do casal em criar a criança mas em tudo o que isso envolve e, claro, fala-se principalmente na descriminação que esta pode vir a sofrer. Mas, então vejamos, uma criança, filha de um casal hetero disfuncional, seja por envolver drogas, por haver traição ou por outra razão qualquer, não será descriminada? Um criança, filha de um casal hetero dos nossos dias, em que as condições financeiras pouco chegam para colocar a comida na mesa, não será descriminada por não ter um Ipad ou um Iphone da última geração? Uma criança adoptada por um casal homossexual poderá ter a sorte de, apesar da possível descriminação na rua, ter amor em casa que compense tudo o resto. 

Unforgotten, diz-se por aí que és esquecida. Conta-nos lá...

Isto da memória tem muito que se lhe diga. O ser humano, por natureza, guarda apenas o que quer guardar ou o que simplesmente não consegue deitar fora. Não diria que sou esquecida, esquecida no sentido literal da palavra. Mas, por cá, faz-se muito uso da memória selectiva. Aqui, guarda-se o que é bom de guardar, seja bom ou mau. Aqui guarda-se o que ajuda a crescer. Aqui, vai escrever-se sobre o que é bom de lembrar. (Uma ou outra vez posso escrever qualquer coisinha que não seja muito relevante, mas aí, é só passar à frente.)

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Para mais tarde recordar

Há tanta coisa que quero lembrar. De hoje em diante vou deixar notas, lembretes, ideias, imagens, textos e histórias que não me vão deixar esquecer momentos vividos por mim e por outros.