domingo, 30 de novembro de 2014

Agradecer

Mais mudanças... Fui seleccionada para trabalhar no sítio para o qual fiz a entrevista. Pensei e aceitei.
Trabalho novo. Lua em quarto crescente. Mudanças uma e outra vez...
Ainda não sei o que me espera. Sei que é duro, sei que deixei uma equipa muito querida para trás e um trabalho mais calmo num sítio acolhedor. Sei que será muito difícil conseguir algo parecido para onde vou conhecendo já a mecânica do serviço. Mas também não me esqueci das coisas menos boas do antigo trabalho...
À parte de tudo isso e sem saber o que me espera que até pode ser o pior que já vi, não posso deixar de agradecer uma e outra vez tudo o que tenho. Desde Julho, altura em que acabei o curso e comecei a procura intensiva por um trabalho, foram 3 entrevistas e 3 oportunidades conseguidas, e muito pouco tempo parada.
Obrigada.

Diálogos (Versão Disney - Para quem sabe o Rei Leão de trás para a frente e de frente para trás)

Tenho um primo com cerca de 10 anos e hoje, por acaso e só por acaso, devo ter visto uns 3 miúdos que achei que eram parecidos com ele. Se foi pelos olhos ou pelo tamanho, pelo jeito ou pelo cabelo, não sei. Sei que partilhei com o meu moço a minha opinião. Ao terceiro miúdo ele só me responde:

- Pumba, para ti tudo é gás.




sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Telepatia

Este fim-de-semana ["fim-de-semana" como quem diz porque amanhã ainda trabalho] vou rumar um pouco mais a sul para um reencontro de amigos e colegas. Estou mortinha por reencontrá-los e (re)viver uma noite como há uns bons tempos não o faço. 
De todos os que vou rever, aquece-me mais o coração saber das minhas meninas, das minhas amigas, das irmãs que não nasceram da minha mãe, da família que escolhi e que escolhemos umas para as outras.
Vamos por caminhos diferentes rumo ao centro. No entanto, uma delas vem no mesmo autocarro que eu quando regressarmos de um fim-de-semana feliz, assim espero. No grupo onde acertámos todos os detalhes dizia eu que já tinha comprado os bilhetes e que o meu lugar será o 36 e portanto o dela tem de ser o 35 para vir ao meu lado. 
A outra amiga, o terceiro vértice do nosso triângulo, o terceiro braço da nossa estrela respondeu:

- Sem saber comprei o bilhete do lugar 37. Só é pena que seja de um outro autocarro.

Pouco importa que os autocarros sejam diferentes e que rumem a pontos cardeais distintos. Enquanto não nos faltar a amizade saberemos sempre que lugar escolher.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O Natal [e as prendas...]

Outra vez a porra das prendas!
Gosto do Natal, que gosto. Já não é o que era mas parece que é assim com toda a gente: as famílias crescem, uns vão outros vêm, faltam os avós, as coisas mudam mas não deixa de ser Natal.
O que não muda é a história das prendas. Passam os anos e o dilema do que se vai oferecer permanece. Ora falta a originalidade e sobra vontade, ora até tenho a ideia brilhante mas uma conta bancária bem escura é um trinta-e-um e nisto já sinto o Natal à porta. 

Não se aflijam, eu sei que o Natal é mais do que isso, isso das prendas, eu sei.

domingo, 16 de novembro de 2014

O Idoso

Estou cada vez mais certa de que a terra gira. Não me refiro em termos físicos mas sim metafóricos. Onde estamos hoje pode já não ser real amanhã. O que dissemos ontem já não faz sentido nenhum no dia de hoje. O que afirmámos com a maior convicção no passado engolimos em seco no presente.

Todos os dias lido com idosos, idosos que já não moram nas suas casas, idosos que já não estão com a sua família todos os dias, idosos que estão longe da vida como a conheciam antes e idosos que  de certeza afirmaram nunca chegar ali. Em cada uma das suas rugas vou imaginando as suas histórias. Que pessoas foram? Que mágoas guardam? Que alegrias deram aos seus?
Alguns conseguem contá-las, as histórias, outros já nem sabem quem são nem de onde vieram. Àqueles a quem a doença roubou a capacidade intelectual e a memória noto um olhar vazio pelo qual pagava para saber onde já vai e trazê-lo de volta só para ouvir um bocadinho de si. "Era uma mulher tão bondosa" diz-me uma filha. Acredito. Continua a sê-lo ainda que não se reconheça mais. "Era um homem de negócios, forte e convicto" diz um irmão mais novo. Sei-lo bem. Continua teimoso ainda que agora o discurso seja confuso e incoerente.
Dou por mim a pensar que mais tarde ou mais cedo a vida leva-nos a isto e a velha máxima do "Quem não morre novo chega a velho" impõe-se. O velho é um corpo fraco com uma alma rica. Imagino o que fariam se a força lhe permitisse e se o cansaço não os vencesse. Quem seriam hoje se vivessem mais 100 anos com a força dos 20?

Se o novo soubesse e se o velho pudesse...



Carrapito

Juro que não entendi, ainda, o propósito desta moda.
Parece que é giro os indivíduos do sexo masculino fazerem um corte de cabelo que implica o cabeleireiro rapar-lhes o cabelo e esquecer-se de toda a guedelha que cobre a face superior do crânio. Feito isso, os pobres clientes não têm outra alternativa que não seja atar o cabelo que sobrou no alto da cabeça em forma de carrapito espetado, qual antena de rádio.


Diz-se que é um coque Samurai... Uuuhh


 Mas é isto que me vem à cabeça de cada vez que vejo um.
  

Sábados de trabalho

Mais um sobre trabalho [aguentem-me!].
Para aumentar a lista das minhas "lamentações" sobre o novo local de trabalho, tinha ainda que trabalhar aos sábados. Eu sei que não vem mal nenhum ao mundo e que tive isso tantos anos na minha família e que há imensa gente que trabalha sábados, domingos e feriados e blá, blá, blá. Mas, sempre achei que só ia trabalhar sábados se quisesse fazer mais uns trocos e não para ter os trocos de sempre e fins-de-semana são e serão fins-de-semana, fazer o quê?
Se antes eu achava que na sexta já não podia dar nem mais uma horinha porque era pessoa para apagar, percebo que afinal é possível dar sempre mais um bocadinho. 
Ao sábado é ver-me na paragem do autocarro sozinha, o dito autocarro quase vazio e nele as pessoas quase adormecidas. Penso no que lhes vai na cabeça. Será que, tanto como eu, só queriam mais um par de horas na cama e um dia de descanso? Oh, meu rico sábado...

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Queixa-te lá, queixa-te...

Não me posso queixar [uma vez mais e como sempre]. 
Fiz uma substituição numa clínica, andei a resmungar que era só uma substituição, não era o trabalho de sonho e pimbas, surge outra oportunidade. Na nova oportunidade [na qual me encontro] há muita coisa mal, talvez para me provar que não nos podemos andar a queixar porque há sempre coisas piores. Neste sítio continuo "à espera" do contrato/estágio/o-que-for mas a trabalhar. Fica longe como tudo, tem um horário de cão and so on... Continuo a murmurar algumas queixas, mas mais baixinho porque sei que sou uma sortuda no meio de tudo isto e eis que surge uma nova entrevista num local diferente. Não sei no que vai dar mas fiquei mesmo empolgada. É num sítio perto de casa, poupava imenso em transporte, mesmo com horários de cão não perdia uma hora a chegar a casa, mesmo com todos os problemas que os trabalhos têm era simplesmente diferente daquele onde estou agora e só por isso seria bom, com tudo de bom e de mau que as mudanças trazem.

Nisto, esta minha vida continua uma animação, que eu cá não sou pessoa para viver na pasmaceira, nem pensar!

domingo, 9 de novembro de 2014

Cansaço

Sinto-me cansada. Não sei (nem faço muita questão de saber) o que é ser atropelada mas hoje dou valor à expressão "passou-me um camião em cima". É mesmo essa a sensação. Algo bem pesado e bruto passou por cima deste pedaço de carne e ossos e deixou marcas e muitas dores. São dores físicas e emocionais. Dores de um regresso ao ginásio, dores de um trabalho novo, dores de uma rotina nova (à qual está a ser difícil habituar-me), dores de faltas e lacunas, dores de saudade.
O pior é que estou em plenos 20 e sinto-me mais velha que alguns dos meus idosos que no auge dos seus 90 são mais moços que a minha mocidade. 
Maldito cansaço.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Resolução de emprego novo

Inscrevi-me no ginásio. 
Se por vós passar uma rapariga bem jeitosa e com ar saudável é bem provável que não seja eu.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O Noé já terminou a arca?

A julgar pela chuva que cai no Porto é bom que se despache, pelo menos para salvaguardar algumas espécies. Não tarda nada afundamos todos.

domingo, 2 de novembro de 2014

À conquista do desapego

Não estou em casa [onde me sinto em casa] e entendo agora a saudade de uma forma diferente. Estou a conquistar o meu lugar nesta profissão, a conquistar um currículo mais rico numa cidade que me pode dar a formação de que preciso, pessoal e profissionalmente. 
Quero que seja provisório mas não sei se o será e/ou até quando será. Tirando as escapadelas que poderei dar até casa, não sei se levará 3, 4 ou 10 anos até assentar bagagens frente ao mar. E custa muito praticar o desapego quando a certa altura já nem se sabe bem onde se pertence.
Mas vamos a isso, o desafio promete mas não é impossível. Não quero cortar esse cordão umbilical mas acho que é possível fazê-lo ainda maior, fazê-lo esticar um pouco mais para quando voltar à terra sentir que a ligação continua forte, continua lá, como sempre esteve, como sempre vai estar.  

sábado, 1 de novembro de 2014

Novembro

Um dia, quando for velha e caquéctica [por volta dos meus 103 anos porque antes disso serei muito activa, ou não], imagino-me num cadeirão. Cadeirão esse que não será de baloiço, será apenas um cadeirão confortável com vista para uma janela que me irá permitir contemplar o meu mar ou o meu verde serra. 
Levada pela demência própria da idade, a qual me fará oscilar entre a minha infância e a minha juventude, de cada vez que vir cair a chuva vou achar que é Novembro. Novembro traz-me as primeiras chuvas a sério, o cheirinho a terra molhada de que gosto tanto. Na minha ilha, Novembro é assim, mas não chega a ser chato, não chega a trazer chuva a mais [isto antes da bipolaridade de São Pedro]. Novembro traz o Inverno que os agricultores anseiam e que as crianças pediram para chapinhar nas poças. Novembro é-me bom por ser o mês que estou certa vir a recordar sempre que a chuva cair e sempre que o cheiro a terra molhada se fizer sentir.
Não estou na ilha, é certo, mas continuo a gostar de Novembro ainda que os cheiros sejam diferentes e seja preciso procurar para encontrar esse aroma da terra numa cidade onde há mais breu. Mas é Novembro, não é? Então que seja bom...