terça-feira, 30 de setembro de 2014

Quando a Lua nasce, nasce para todos

Eu bem vos disse que o quarto crescente da Lua traz(-me) coisas boas, mais não seja pela esperança renovada que tenho ao pensar que a cada um dos seus novos ciclos, um novo ciclo começa em mim também.

No domingo, ao anoitecer, ainda pequena e fina, lá estava ela e eu sabia [ou queria muito acreditar] que seria uma boa semana. Durante o dia de ontem entreguei alguns currículos e enviei outros online. Nada de novo. Hoje o mesmo. Ainda não foi para mim [directamente] o contrato, o trabalho, esse emprego que tanto procuro para o poder encontrar, essa benesse do quarto crescente. Foi para ele. Um merecido contrato, renovação de um laço com a empresa que já o vê trabalhar há alguns meses. E eu não podia estar mais feliz.

Quando a Lua nasce, nasce para todos e nasce para nós também.

Sobre o amor

Soubesse eu escrever desta maneira, tão apaixonada e inteligente, soubesse eu apenas escrever e colocar em texto o que penso sobre o amor e sobre os que dizem que "um dia vou perceber" que com o passar dos anos as relações perdem parte da magia, soubesse eu escrever e dar-lhes a resposta que alguém com pouca experiência no amor, como eu, poderia dar. Não sabendo, tenho a sorte de ser fã de uma das pessoas mais enamoradas que deve existir por aí e ler os textos lindos que, soubesse eu escrever, poderiam ter saído da minha mente.

"(...)Cada coisa que fazemos é ao mesmo tempo antiquíssima – como uma cerimónia que construímos juntos só para nós os dois – e novíssima, pelo desejo e pelo entusiasmo de lá estar, naquele lugar que ela abriu para mim e ela no lugar que só é dela, que sou eu. (...) 
Cada vez nos casamos mais. As diferenças dela vão cabendo cada vez melhor nas minhas. Cada vez somos (...) mais livres de sermos como somos, cada um de nós, e de sermos como somos, nós os dois. Ela torna-se mais ela; eu torno-me mais eu, ela e eu com menos medo que o outro fuja por causa disso. Mas com medo à mesma. (...)"

Miguel Esteves Cardoso | Público

domingo, 28 de setembro de 2014

Amor é...

Lancharmos fora e depois de eu já ter devorado comido o meu croissant ele oferecer o bocadinho do meio da sua torrada.

[Se para vocês não é romântico deixem-me dizer-vos que não há como o bocadinho do meio de uma torrada!]

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Cheiro a casa

Depois de uma manhã menos chuvosa a correr contra o tempo, tentando que a mesma viagem do metro me permitisse mais do que um currículo entregue, a tarde ficou nublada. 
Por detrás de um sorriso fixo e de um positivismo assumido que também vacila sinto a falta de casa. Lá, tenho a certeza que o meu pai diria para viver "um dia de cada vez" sem querer apressar as coisas e a minha mãe, com uma energia só dela, obrigar-me-ia a arrebitar porque só agora comecei e mesmo sem trabalho continuamos a ser a família mais "rica" do mundo. E somos. 
A aprender a viver com as escolhas que fiz quis afagar a alma e o estômago com um bolo que vi a minha mãe fazer vezes sem conta. 
A cozinha cheira a laranja e a minha mente leva-me para junto daquele mar onde espera por mim aquela casa e a família com quem quero ser, também, a mulher mais rica do mundo.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Fins-de-Semana

É impressionante a forma como passamos a valorizar o fim-de-semana [mais ainda] depois de trabalhar. Continuo à procura de trabalho mas, o mês em que trabalhei, fez-me gostar ainda mais daqueles dois dias e meio de descanso e, o facto do rapaz trabalhar durante a semana, faz com que esses dias sejam sempre mais completos.
Não temos viajado nem feito grandes passeios cá dentro [mas queremos muito...]. Limitamo-nos a estar juntos e a conhecer um bocadinho mais desta nova cidade que agora também é nossa. Tomamos um café quente na baixa e tiramos fotos. Olhamos o rio como se fosse capaz de nos levar até ao mar que deixámos e somos felizes assim enquanto trabalhamos para que dias melhores venham e mais paisagens preencham o nosso campo de visão.   

sábado, 20 de setembro de 2014

Resumo da minha manhã de sábado

Acordar cedo. Chegar à Loja do cidadão 15 minutos depois da hora de abertura. Notar que tinha 72 pessoas à frente. Vaguear enquanto aguardava. Passarem quase 3 horas. Sair da Loja do Cidadão. Fim da manhã de sábado.

Bom fim-de-semana.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

É da lua

Acredito mesmo na força da Lua. É capaz de mexer com as marés e se tem "força" para influenciar este mar pode influenciar muito mais. Não é à toa que se acredita que após completar nove luas uma grávida pode dar à luz no dia de uma nova mudança de fase. Não é a toa que tantos agricultores se baseiam no seu ciclo para plantar e colher. 
Ora, eu também me sinto influenciada pela sua força. Talvez por acreditar tanto nisso acabo por reagir às suas diferentes fases. Involuntariamente quando me acontecem coisas boas e inesperadas acredito que é quarto crescente, dias bons que me levam até à lua cheia, completa. E, da mesma forma, quando me sinto com pouca energia sei que é quarto minguante. Tal como a lua, hoje sinto-me com pouca força. Acordei sem aquela coragem de enfrentar o mundo com currículos debaixo do braço mas tenho de o fazer. Sinto que me falta um impulso mas que maior impulso é esse que o dinheiro para poder viver e a realização de fazer o que se gosta? 

Aguardo por um quarto crescente em mim que traga a força para subir a maré e com ela mudanças boas!

terça-feira, 16 de setembro de 2014

A cavalo dado não se olha ao dente

[Isto de dar títulos de provérbios aos posts começa a ser prato-do-dia...]

Por norma, quando me pedem dinheiro na rua, não recuso à primeira sem analisar em meia dúzia de milésimos de segundo toda a questão mas, mesmo recusando, fico a matutar naquilo por um bocado. Pedintes com corpo e força aparentes para trabalhar são riscados logo. Velhinhos fazem-me alguma confusão mas fico a duvidar. Crianças nem se fala e por isso quando uma vez uma menina me pediu dinheiro para comer esperei até que entrasse numa pastelaria até voltar as costas não estivesse um chulo à sua espera.

Ontem fui abordada por uma jovem que gesticulava com um bloco de folhas e caneta na mão. Li e tratava-se de uma lista assinada por aqueles que doaram dinheiro para a construção de um centro para surdos-mudos. Não percebi se havia alguma veracidade naquilo mas pareceu-me um boa causa. Na mesma lista estava também registado o valor doado por cada um e até ali toda a gente havia dado 20€. Perguntei se tinha de ser aquele valor e por gestos percebi que seria o que eu pudesse dar. Não estando eu numa situação propriamente favorável a doações também não quis negar ajuda à moça. Tinha algumas moedas, bonitas moedinhas por sinal, e sem chegar aos 20€ ainda lhe dei um valor razoável, achei eu... Aceitou e fez-me uma cara de tal desaprovação que fiquei com vontade de lhe retirar o dinheiro e ainda dar-lhe um sermão sobre boas maneiras!
Tenho muito respeito por todas as incapacidades e principalmente pelas pessoas que todos os dias lidam com elas e com as limitações que acarretam mas também conheço e já tive a oportunidade de trabalhar com muita gente que as tem e vive bem com isso e, muito menos as usa como pretexto para a má educação. 
Há coisas que me fazem muita confusão e a falta de educação é definitivamente uma delas! 
  

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Quem nasce largatixa nunca chega a jacaré

Recebemos a norte a visita de alguns familiares. Um bocadinho de mar envolto num sotaque forte repleto de "lhes" que nos acalmou a saudade. 
Lamechices à parte, estivemos a mostrar ao povo um bocadinho deste norte e, num restaurante típico onde provámos um dos pratos mais conhecidos da zona, o rapaz que nos atendia estava a dispor na mesa as entradas enquanto nos perguntava o que queríamos beber. Colocou uma cesta com pão e broa de milho, uma pequena tigela com tremoços, outra com azeitonas e uma outra vazia. Gulosa (e lagartixa) como sou ataquei um tremoço e coloquei, rapidamente, a casca na tigela vazia. O rapaz atrapalhado responde apressado:
- Peço desculpa mas essa tigela é para colocar o azeite. Pode retirar a casca?

Desculpe se eu nunca tinha estado num sítio onde se embebia o pão no azeite nas entradas, sim? Tigela vazia ao lado de tremoços ou azeitonas é para colocar cascas ou caroços!

sábado, 6 de setembro de 2014

A arte do piropo

Piropos existem em todo o lado. É ver um grupo de rapazitos na flor da sua idade-da-parva, hormonas saltitantes, e lá lhes vem a coragem para enviarem um par de palavras tolas às moças que passam. São os trolhas que, não sei se por causa do estatuto que adquirem por geralmente estarem a um nível superior, não se acanham em mandar uns quantos piropos ao mulherio todo. São aqueles cromos com mania que têm pinta que, ainda sozinhos, acham que têm piada e "zás!", mandam uns assobios mais um "deves achar que és boa" e pronto. 
Depois, há o piropo bonito. O piropo que não é ofensivo nem rebaixa ou ofende. Ser abordada na rua, educadamente, só para ouvir que se é bonita às vezes sabe bem. Sabe bem. 

terça-feira, 2 de setembro de 2014

[Des]emprego

Estamos de volta. A substituição terminou e o que teve de menos bom teve de bom a dobrar. Pessoas felizes, colegas saudosos e uma pena muito grande na despedida. Uma despedida que pode muito bem ser curta mas que aconteceu. 
Sabia desde o início que era uma substituição e que pouco provavelmente seria maior do que realmente foi. Na prática estive sempre desempregada mas, estar ocupada estas semanas, serviu de aconchego ao ego, à carteira e a mim.

A procura continua, aliás, nunca terminou.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Coisas de cabelo... e de gaja

Com a mudança de casa (e de cidade) mudaram também os sítios do costume. No café ainda não sabem o meu pedido quando entro, no supermercado não me reconhecem e na frutaria ainda sou só a "menina". Nisto dos sítios e das pessoas do costume, para qualquer mulher e, principalmente quando se tem uma grande estima pelas mãos da nossa cabeleireira [e eu estou longe de ser toda pipi-não-me-toques], há um certo drama em encontrar uma nova "tal". O drama repete-se em relação à esteticista e já aqui falei no golpe que a minha carteira levou numa das minhas tentativas falhadas em encontrar a exterminadora de pêlos perfeita. 
Voltando ao assunto "cabeleireira", a minha rica Ana era faladora mas fazia exactamente o que lhe pedia e quando eram só umas pontas, eram mesmo só umas pontas, ao ponto de às vezes ter de lhe dizer que afinal podia cortar mais um bocadinho não fosse parecer que tinha ido colocar cabelo em vez de o cortar. Hoje, e porque já não cortava o cabelo faz uns meses, entrei num sítio porreiro aqui perto que costuma ter clientela e sobre o qual já andava a estudar a situação. Não queria arriscar ser "roubada" novamente. Tudo a correr normalmente não fosse a senhora que me estava a cortar o cabelo [já na parte de tesourinha mesmo] ter interrompido 3 vezes, sim, 3 vezes, o corte para fazer outras coisas, tais como, lavar outras cabeças e ir até à caixa receber pagamentos. Há coisas piores? Há. Não tem mal nenhum? Pois não. Mas é chato... Ficar com  os cabelos molhados e semi-cortados à frente da cara enquanto aguardamos pela cabeleireira é só chato. 

Continua a busca pelos sítios que se vão tornar "do costume"...