segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Da amizade nos melhores e nos piores momentos

Pouco falta para que dois anos se completem. 
Lembro-me como se de hoje se tratasse de como chorei desalmadamente quando soube que o sobrinho dela, o sobrinho que já não era só dela mas de nós todas, já não existia fisicamente, tinha sucumbido a um aborto espontâneo. Lembro-me de sentir que já chegava. Lembro-me de saber que ela não merecia mais nenhuma prova do Universo. A sua mãe estava doente, a sua vida amorosa não era propriamente retirada de um conto de fadas, não era uma época especialmente feliz para ela não fosse o facto de ir ser tia. Estava feliz como há muito não se lhe via. Às 20 e tal semanas de gestação, uma mal-formação terrível, um bebé inviável, um aborto espontâneo, um parto "normal" para ver nascer uma grande dor para toda a família. 

Hoje vibrei como se o "nosso" sobrinho tivesse ressuscitado. Hoje quero acreditar que será desta, que o teu sobrinho (ou sobrinha) será mais-que-perfeito ainda que no pretérito-(im)perfeito tenha sobrado dor, o futuro será incondicionalmente melhor, será um presente! 

domingo, 26 de outubro de 2014

Sou uma irresponsável... Pelo menos tenho trabalho

O tal sítio onde estive à experiência propôs-me fazer estágio profissional. O que fiz? Para além de ter aceitado aproveitei a onda e desterrei o resto das poupanças de desempregada numas botas.

P.S.: É bom não é? Agora vamos ver se a proposta é enviada e aceite em "tempo real" e se o tempo proporciona que eu desfile as minhas botas.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

É por estas e por outras que me começam a surgir as primeiras rugas em plenos 20...

Detesto [é capaz de ser uma expressão forte mas não gosto mesmo nada!] estar na fila da caixa do supermercado, supermercado esse e respectivas filas apilhados de gente, e estar constantemente a levar "toques" da pessoa que se encontra atrás de mim como se pensasse que por me estar a esmagar contra a pessoa da frente a fila fosse, milagrosamente, andar mais depressa. Depois não tenho coragem para dizer nada porque até se trata de uma senhora com alguma idade mas ainda assim continuo a achar insuportável porque aparenta estar bem capaz, física e mentalmente, e detesto [já disso isto?] estar a ser empurrada.

Ele há coisas que me fazem ferver...

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A culpa e a perspectiva

Dou por mim a passar por lojas ou páginas online e a desejar uns trapinhos ou uns [lindos!!] sapatos, botas e botins ou ainda acessórios, tais como, brincos, lenços e afins mas, uma voz da consciência nasce em mim para me lembrar que não trabalho e que não posso cair nessa tentação. Penso que dias melhores virão, dias em que me "embebedarei" de coisas supérfluas num shopping só porque sim e fico melhor.

Da mesma forma também me apetece comprar livros. Não só livros técnicos para a minha profissão mas livros, apenas livros. Dos que têm crónicas, romances, humor e drama. Livros. Aí o caso muda de figura... A minha voz da consciência cala-se e faz-me acreditar que por serem livros já me posso desterrar porque não virá mal ao mundo se passar fome mas tiver uma mente relativamente bem alimentada. 
A desgraçada da culpa é mesmo uma questão de perspectiva...

Amor é...

Termos deixado uma torre de louça suja do jantar na pia porque nos queríamos apressar para ir ao café com uns amigos e já não termos força para a lavar no regresso e, hoje de manhã, aperceber-me que ele a lavou todinha, mesmo tendo que se levantar bem cedo, mesmo tendo que despachar-se para o trabalho, mesmo tendo eu ficado na cama para mais um dia de desemprego.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Só estou bem aonde eu não estou

Já dizia António Variações na sua arte de bem [en]cantar...
Isto de o ser humano ser um eterno insatisfeito até irrita. A começar por mim, pois claro. É que uma pessoa pode até já ter tudo mas e se por cima disso ainda viesse mais qualquer coisinha?
Já fui mais assim, é verdade, um passo maior do que a perna, a vontade de passar para o momento seguinte porque aí estaria "ainda melhor", aí onde não estou.

Comecei a escrever este post há uns meses e, nessa altura, onde queria estar e não estava é onde agora estou. E adivinhem? Pois, é isso mesmo, não me importava nada de avançar para o sítio seguinte...
Quando estava em casa não o tinha tão perto e, percebi que o melhor passava por sair, por lutar pelo meu lugar ao sol em termos profissionais e, melhor ainda, conseguindo aliar tudo isso ao facto de estarmos juntos também fisicamente. Agora que aqui estou [e não podia ser mais feliz com outra pessoa], talvez por ainda não ter encontrado O trabalho, talvez por estar ainda a tentar encaixar-me entre estas pedras e sotaques, entre as margens deste rio, sinto uma vontade louca de voltar. Pegar nele, em mim, em nós e regressar para onde me encaixo tão bem, naquele vale verde rodeado de mar... Mas não pode ser. Existem sonhos e compromissos, existe crescimento para acontecer e ontem alguém me disse: Deixa a vida mostrar o que terá de ser. Com essa fixação de voltar as coisas podem ser diferentes...

Então, que assim seja até quando tiver de ser.


Constatando...

Domingo à noite, no conforto do meu sofá (conforto como quem diz, porque o sofá que o senhorio nos arranjou é material para nos pôr a coluna vertebral feita num oito) vou saltitando entre o The Voice - Kids e o Factor X. Suspeito que assim que começarem as galas vou estar mais pela SIC mas, por agora, é a pequenada que me rouba mais a atenção. 
Juro que nem consigo arranjar um exemplo mas, apesar de o Sr. Anselmo ser muito fofinho, brincalhão, estar na moda e blá blá blá, alguém tem que lhe emprestar um dicionário de Português ou algo do género. É cada tiro, cada melro. Vale-nos a piada que tem e o facto de os miúdos ficarem todos vidradinhos nele. 

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Gone Girl

Ainda das idas ao cinema, recomendo (MESMO!) o filme Em parte Incerta (ou em inglês Gone Girl).
Li o livro (da Gillian Flynn) e gostei muito. Prende-nos do início ao fim e não conseguimos parar de ler até sabermos exactamente o que acontece. É um autentico suspense. Como acontece com a grande maioria dos livros que leio, sempre que sai o filme tenho sempre vontade de o ver. Geralmente já vou preparada para a desilusão porque sou das que acredita que o livro é sempre melhor mais não seja pelos detalhes e pela capacidade da nossa imaginação em fazer o filme que, diga-se de passagem, é sempre melhor do que um filme de qualquer realizadorzinho que para aí ande.
Ora que desta vez fiquei verdadeiramente surpreendida. Esta foi, sem dúvida, a melhor adaptação de livro para filme que já vi. Não fica a faltar nada e está super bem adaptado! Recomendo!


Os patrões e as boas pessoas

Hoje ouvi a seguinte frase: "as boas pessoas não fazem isso, a verdade é que não fazem porque nunca são patrões". Tudo isto a propósito do tópico "trabalho à experiência" e respectiva remuneração/exploração/instabilidade.
Quero acreditar e não tenho dúvidas que existem patrões que são realmente pessoas, pessoas boas. Mas, a verdade, é que desde que passei para o outro lado (não, ainda não faleci), o lado do empregado, percebo porque é que tantos jovens "desistem" do seu país. Nem todos os jovens portugueses têm a sorte de ter um grande suporte, quer sejam pais ou quaisquer amigos e familiares. Um suporte que lhes permita ter uma casa para viver e tempo, esse tempo precioso para procurar e esforçar-se por ter um trabalho no seu país. Não dá! Com o que pagam e como pagam não dá! Com a frase cada vez mais comum de "Se não queres o que não me faltam são currículos para escolher e quem queira este lugar" a circular, não dá! Às vezes apetece mesmo dar uns abanões a quem manda, está tudo a favor dos grandes, tudo, e dizer-lhes "Não dá!".
Respiro fundo uma e outra vez, lembro-me que sou (ou era) a optimista, a que acredita (ou acreditava) sempre no final feliz e continuo. Amanhã é outro dia até ao dia que disser "não dá!" e nesse dia saberei o que fazer para que finalmente dê... 

sábado, 11 de outubro de 2014

Novos começos... À experiência

No início da semana passada fui chamada para uma entrevista. Tirando os horários e a miséria que tencionam pagar remuneração, aparentemente, a entrevista correu bem. Recebi um bom feedback. Foi-me dito que telefonasse na sexta para saber o resultado pois eram tantas as candidaturas que não iam telefonar a toda a gente para avisar... Modernices ou Há-tanta-gente-que-dava-um-rim-por-este-trabalho-que-se-não-ligares-não-fazes-falta.
Não foi preciso ligar. Na quinta-feira ligaram-me para que fosse trabalhar na sexta à experiência... Senti-me bem por me terem ligado, afinal, de alguma forma marquei a diferença. No entanto, não gosto nem nunca vou gostar deste poder que os empregadores têm hoje em dia de nos "mover" de tal forma por um trabalho que na sexta-feira lá estava eu, à experiência. 
Nem vos vou falar do grande mau começo, de não conhecer a localização e de ter pedido ao motorista do autocarro que parasse na paragem correcta e de ele se ter esquecido e de só se ter lembrado 20 minutos depois e de ter chegado atrasada no 1º dia à experiência e de ter pago 10€ de táxi... Tirando tudo isso até correu bem.
Desde sexta sou, [des]oficialmente, uma desempregada à experiência durante uns dias... Pagam. Mas a julgar pelo valor e, a contar que tenho que pagar o autocarro, é como se não recebesse nada.
Não sei se me sinto feliz pela luz ao fundo do túnel ou miserável por, para além de estar longe de casa, continuar sem certezas e à experiência... Vamos a isso, então.


terça-feira, 7 de outubro de 2014

Os nossos diálogos ou o sentido prático dele

Nestes dias estive engripada. Ora foi muito ranho, assoadelas e olhos lacrimejantes a toda a hora. Como já sei que após os ataques de rinite, os quais ainda duram uns dias, fico com o nariz que é uma lástima de tão assado, besunto-me com Nívea, o do boião azul, a ver se o hidrato bem. Não poucas vezes, ainda durante os dias desta praga de ranhoca, surgem os meus queridos amigos herpes labiais, não sei qual a associação mas eles aparecem nestas alturas em que as zonas labial e nasal ficam mais sensíveis. Por vezes, só o retirar do buço é suficiente. Uma maravilha, portanto.

Ontem, enquanto besuntava o nariz com o dito creme o rapaz balbuciava qualquer coisa em jeito de gozo e eu, muito dona do meu nariz, literalmente, respondi:

Eu - Eu faço isto porque já sabes o que vem depois disto. Sabes, não sabes? O que vem depois disto? (A referir-me aos herpes...)

Ele - A morte.

Ah bom, exacto. Há sempre que ver o lado positivo da coisa, antes isso que herpes. Ou não.

domingo, 5 de outubro de 2014

Custa a engolir? Bebe yoggi!

Hoje fui ao cinema. E, senti-me como os apanhados num dos anúncios do Unas. 

[Já agora, vale a pena ver Os gatos não têm vertigens. É sempre bom confirmar que o cinema português também tem coisas boas e não é só em Hollywood que se fazem bons filmes.] 

Ao nosso lado, três mulheres comentavam a alto e bom som cada cena do filme, do tipo, o rapaz a lavar a louça e elas "Olha, até lava a louça" ou o rapaz a arrumar a mala "Vai arrumar a mala e vai embora" e por aí fora. Quando, numa cena em que estavam mais silenciosas, eu saboreava fervorosamente as minhas pipocas, uma delas resmungou algo como "Tanto barulho, pah!"... 
Juro que me apeteceu sacar de um yoggi e perguntar "Custa a engolir?".

Pelo Dia do Animal

Ontem fui abordada (carinhosamente) por um cão deeeeesssssssteeeee tamanho e fiz-lhe festinhas só porque o dono disse que ele era muito afável.


E era mesmo.

E já agora, sinto mesmo falta dos meus peludos, os que ladram e miam, que ficaram com os meus pais de um outro lado deste mar.