terça-feira, 16 de setembro de 2014

A cavalo dado não se olha ao dente

[Isto de dar títulos de provérbios aos posts começa a ser prato-do-dia...]

Por norma, quando me pedem dinheiro na rua, não recuso à primeira sem analisar em meia dúzia de milésimos de segundo toda a questão mas, mesmo recusando, fico a matutar naquilo por um bocado. Pedintes com corpo e força aparentes para trabalhar são riscados logo. Velhinhos fazem-me alguma confusão mas fico a duvidar. Crianças nem se fala e por isso quando uma vez uma menina me pediu dinheiro para comer esperei até que entrasse numa pastelaria até voltar as costas não estivesse um chulo à sua espera.

Ontem fui abordada por uma jovem que gesticulava com um bloco de folhas e caneta na mão. Li e tratava-se de uma lista assinada por aqueles que doaram dinheiro para a construção de um centro para surdos-mudos. Não percebi se havia alguma veracidade naquilo mas pareceu-me um boa causa. Na mesma lista estava também registado o valor doado por cada um e até ali toda a gente havia dado 20€. Perguntei se tinha de ser aquele valor e por gestos percebi que seria o que eu pudesse dar. Não estando eu numa situação propriamente favorável a doações também não quis negar ajuda à moça. Tinha algumas moedas, bonitas moedinhas por sinal, e sem chegar aos 20€ ainda lhe dei um valor razoável, achei eu... Aceitou e fez-me uma cara de tal desaprovação que fiquei com vontade de lhe retirar o dinheiro e ainda dar-lhe um sermão sobre boas maneiras!
Tenho muito respeito por todas as incapacidades e principalmente pelas pessoas que todos os dias lidam com elas e com as limitações que acarretam mas também conheço e já tive a oportunidade de trabalhar com muita gente que as tem e vive bem com isso e, muito menos as usa como pretexto para a má educação. 
Há coisas que me fazem muita confusão e a falta de educação é definitivamente uma delas! 
  

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