sábado, 1 de novembro de 2014

Novembro

Um dia, quando for velha e caquéctica [por volta dos meus 103 anos porque antes disso serei muito activa, ou não], imagino-me num cadeirão. Cadeirão esse que não será de baloiço, será apenas um cadeirão confortável com vista para uma janela que me irá permitir contemplar o meu mar ou o meu verde serra. 
Levada pela demência própria da idade, a qual me fará oscilar entre a minha infância e a minha juventude, de cada vez que vir cair a chuva vou achar que é Novembro. Novembro traz-me as primeiras chuvas a sério, o cheirinho a terra molhada de que gosto tanto. Na minha ilha, Novembro é assim, mas não chega a ser chato, não chega a trazer chuva a mais [isto antes da bipolaridade de São Pedro]. Novembro traz o Inverno que os agricultores anseiam e que as crianças pediram para chapinhar nas poças. Novembro é-me bom por ser o mês que estou certa vir a recordar sempre que a chuva cair e sempre que o cheiro a terra molhada se fizer sentir.
Não estou na ilha, é certo, mas continuo a gostar de Novembro ainda que os cheiros sejam diferentes e seja preciso procurar para encontrar esse aroma da terra numa cidade onde há mais breu. Mas é Novembro, não é? Então que seja bom...



2 comentários:

Unknown disse...

Novembro é um mês para mim que nem é carne nem é peixe...é assim assim. Bom Novembro.

Portuguesinha disse...

Ehehehe.
Procura, que hás de achar. E se não, encontrarás outros aromas.

Novembro? Para mim são castanhas... e o cheirinho delas a assar nos carrinhos ambulantes nas ruas. Mas este ano nem dei por elas.